11.2.05

Sai mais um caldinho...

A boataria continua

Podemos dividir a notícia de hoje em factos, boato, e consequências.

Factos:

  • A Câmara Municipal de Alcochete licenciou o "Freeport";
  • Para o fazer teve de alterar propositadamente o Plano Director Municipal (PDM);
  • Tudo isto levantou protestos por parte da oposição municipal e das organizações ambientalistas;
  • O Ministério do Ambiente, chefiado pelo actual secretário-geral do PS, alterou a Zona de Protecção Especial da Reserva Natural do Estuário do Tejo para a pôr em conformidade co o PDM de Alcochete, e com base num parecer técnico favorável do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e da Comissão de Avaliação de Impacte Ambiental;
  • Mesmo "tratando-se do exercício de uma competência delegada, nem o então ministro do Ambiente José Sócrates, nem o seu gabinete, tiveram qualquer intervenção nesse processo de avaliação do impacte ambiental", como diz o gabinete de José Sócrates, o ministro seria sempre o responsável político pela decisão, respondendo, em última análise, por ela;
  • O actual presidente do ICN acha que o parecer que foi dado "não está lá muito católico";
  • A decisão foi tomada em Concelho de Ministros a 14/03/2002, em pleno governo de gestão guterrista (este sim, um facto político importante, que afugenta alguns fantasmas que o PS queria pôr na gestão santanista);
  • A PJ anda a investigar qualquer coisa:
  • Mais uma vez houve violação do segredo de justiça.

Boato

  • Inquérito da Judiciária ao licenciamento do Freeport Alcochete levanta a suspeita de, em 2002, o então ministro do Ambiente ter alterado a Zonade Protecção Especial do Estuário do Tejo, tendo “como contrapartida o financimento de campanhas eleitorais” do PS.

Consequência

  • Como já tinha previsto, aí está o boato que faltava para a maioria absoluta do PS;
  • A vitimização de José Sócrates segue dentro de momentos...

Perguntas

Porque é que a igreja não pode interferir nas eleições, e os opinion makers dos jornais de referência podem lançar notícias como a do caso "Freeport" e a do caso "Cavaco"?

Porque é que o presidente do Sindicato dos Jornalistas faz parte das listas da CDU?

E já agora (passo o pleunasmo), porque é que os jornalistas, os editores, e os próprios órgãos de comunicação social, em vez de andarem a apregoar ao jornalismo independente, não assumem logo as cores partidárias que defendem? Assim já saberíamos o que é que poderíamos esperar, e os media paravam de brincar aos "estautos editoriais".

Giro, giro...

... É terem chegado ontem os soldados da GNR que estavam no Iraque, e o inefável Louçã ainda prometer a sua retirada imediata nos Tempos de Antena da "Esquerda de Confiança". Contradição? Nem por isso. Ainda lá ficaram um Major e um Capitão. Rua com eles, já!

Novidade, novidade...

... É o mesmo Vitorino dizer que afinal a Co-inceneração, no caso da Arrábida, não faz lá muito sentido. É a revolta dos pequeninos ou conversa de circunstância?

Referendos - Regionalização

Quando António Vitorino diz que só se deve partir para um referendo sobre a Regionalização quando se tiver a certeza que o sim vai ganhar está a ser:

  1. anti-democrático?
  2. arrogante?
  3. nenhuma das duas, porque não quer fazer nenhum referendo, implementando pura e simplesmente as regiões administrativas?
  4. nenhuma das duas, e quer acabar com esta conversa da Regionalização?

E porquê esta ansia de repetir referendos? Será que os vão repetir até dizermos: "'Tá bem!, 'Tá bem! Levem lá a biciclete!"

E não havia um referendo sobre s Constituíção Europeia para fazer entretanto? Ou será que esse já não é importante?

Referendos - IVG

Não percebo ainda porque é que a esquerda progressista se preocupa tanto com o desemprego, mas diz tem de haver referendo sobre o aborto já em em Junho ou Julho, o que faria do referndo uma das suas primeiras medidas governativas. Será para evitar futuros desempregados?

9.2.05

Eu não queria...

...estar sempre a bater no PS, mas eles pôem-se a jeito.

O caso "Castelo Branco"

Os comícios de Castelo Branco abriram a campanha. O PS atirou foguetes porque encheu a praça. Não contavam que o PSD enchesse um pavilhão. Mas encheu. Depois vieram as desculpas, porque o PSD era mentiroso, e que levava militantes de Lisboa e da Trofa, e que isto só era possível porque o PSD estava no governo.

Pelo que sei, não só o PSD o fez, como também o PS o faz. E não é por estar um ou outro partido no poder. Na campanha de 2002, sei eu que foram centenas de militantes do PSD até aos comícios do Porto, Viseu e Lisboa em carros alugados pela direcção de campanha, e o PSD não era poder.

Quem sabe como funciona o mecenato aos partidos, sabe que o dinheiro aparece a rodos sempre que há um cheirinho a poder. Se para Sócrates não apareceu, talvez seja um problema de credibilidade.

Mais a mais, sendo de Castelo Branco ou da Trofa, o que importa é que o PSD mobilizou-se mais do que esperava o PS, a origem das pessoas não importa.

Por último, se o PS diz que o PSD mente porque nem todos eram de Castelo Branco, o PSD não tem razão para se indignar? Não? Ah!, pois, só a esquerda é que tem direito à indignação.

O Caso "Falcon"

Resume-se a isto: Santana não vai fazer campanha no carnaval, e vai de Falcon assinar um protocolo que abre uma base militar À aviação civil. O PS indigna-se, diz que Santana está a fazer campanha com os meios do estado. Santana diz que Sócrates também o fez.



O PS volta a indignar-se, e vem esta fraca figura dizer que Santana mentiu: Sócrates foi a Miranda do Corvo 3 semanas antes das eleições e não 2 (uma enorme diferença!!!), Sócrates não era candidato (estavam lá os candidatos locais do PS, mas isso não é importante), o governo não estava em gestão (porque se estivesse não o faria, pois), e não foi de "Falcon" (foi num carro do estado, pago com o dinheiro dos nossos impostos, o que é, por uma questão de princípio, a mesma coisa). O PSD e Santana são mesmo muito mentirosos!

Só não percebo é como é que a assinatura de um protocolo que vai afectar meia-dúzia de pessoas pode ser considerada uma acção de campanha?

O caso "Cavaco"

Como é possível que se publiquem notícias destas e que o Sócrates, numa atitude pulha (e sim, isto é um insulto) comente da maneira como comentou? Onde pára o decoro? E o sentido de Estado? É mesmo este excremento de elefante que os portugueses querem ver como primeiro-ministro?

E quem é que lançou este boato? Com que intenções? Esta campanha é o grau zero da política!