20.1.05

EPC ao ataque

Ai, como eu ansiava por uma boa oportunidade de falar do EPC!!! Aqui, EPC comenta o último documento da SEDES. Começando no primeiro parágrafo, o leitor mais desatento fica na dúvida: quando diz que "é um texto de qualidade, denso, sereno e desdramatizador", está a falar do quê? Será que SEDES é um heterónimo qualquer de um novo (ou velho escritor) ? Será uma graciosa alcunha de um libretto actualizado de uma ópera de Verdi? O que é a SEDES afinal? E de que trata o texto?

Mais tarde decobrimos que o texto da SEDES, afinal, num "tom equilibrado e deliberadamente não "ideológico", é uma peça modelar de intervenção política." Mas EPC vai mais longe, contradizendo-se logo de seguida: "Dir-se-á que tem algumas ideias que pertencem ao pensamento liberal. Não devemos jogar com o fetichismo das palavras. Porque a esquerda, num processo de recuo, tem vindo a ceder à direita o que deveria ser um plano ofensivo e integrador por essa mesma esquerda."

Afinal, em que ficamos? É ou não é "ideológico"? Mais à frente diz: "Ora o documento da Sedes pode ter uma leitura de esquerda e uma leitura de direita. Talvez mais de esquerda, se considerarmos as reacções do PS (que considerou estar de acordo com quase tudo, excepto o aumento de impostos) e as da direita portuguesa (que ficou manifestamente irritada, porque a fotografia não corresponde à paisagem ensolarada que pretende dar). " Tem duas leituras? É de esquerda, excepto na parte em que se aumenta os impostos? A direita pretende dar uma paisagem ensolarada? Onde, quando, que eu ainda não ouvi?! Não me digam que a teoria da tanga é um postulado socrático!!!

Para terminar em grande, EPC vai dando alfinetadas ao Portas e ao Santana: um é um "bicho" "campeão da demagogia", o outro é "masoquista", e "nenhum deles diz seja o que for sobre a substância dos argumentos". É um herói, este EPC!

O que não deixa de ser um facto é que, mesmo concordando com a substância do documento (apesar de não achar que ele tenha uma leitura de Esquerda), depois de lêr os coloridíssimos e primaveris comentários de EPC, não posso deixar de pensar que os Poemas Sinfónicos de Smetana não passam, afinal, de documentos da SEDES.

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